Você sabia que não se pode usar o canto/lacrimal como forma exclusiva de medição de temperatura?
Historicamente na termografia o uso do canto/ducto interno dos olhos foi utilizado com referência para as medições de temperaturas febris com uma referência externa de temperatura. A partir deste ponto, convencionou-se nas normas (inseparáveis e codependentes) de análise de estados febris (ISO 13154 – Detecção de Estados Febris – Procedimento, Qualificação de Pessoal e Documentação e ICE 80601-2-59 – Detecção de Estados Febris – Especificação Equipamentos – Câmera Infravermelha – Referência de Temperatura) o uso do canto interno dos olhos.
Porém, a relação deles, não foi comprovada até hoje. Somado a isso, e segundo estas normas, torna-se impossível na prática a contemplação de todos os itens destas normas em sua totalidade, pois exigem um ambiente altamente controlado e equipamentos termográficos de ponta.
Outro ponto, quando analisamos a anatomia e a fisiologia do canal/ducto lacrimal, entendemos como é impossível usar esta área como forma absoluta de medição de temperatura para estados febris. Isso porque o canal/ducto lacrimal (leigamente falando) faz quase uma função de esfíncter de tudo que ocorre no nariz e face. Além claro de refletir as vascularizações adjacentes.
Outro ponto importante, é a desconsideração que aquela área tem um metabolismo e a geometria peculiar, facilitando sua emissão. Somente um Termografista Certificado Categoria 3 ou Nível 3 saberia esta diferença.
Como no caso da paciente abaixo de 44 anos, sem comorbidades estando no 10º dia e no 17º dia de pós-operatório de septoplastia/sinusectomia/turbinectomia/etmoidectomia/antrostomia (com cauterização inferior). Notoriamente vemos alterações térmicas condizentes com o pós-trauma e suas reações na face.
Como visto no gradiente, até a escala teve que ser aumentada para conseguirmos visualizar melhor. Dito isso, como o canto interno dos olhos são o esfíncter do nariz/face, podemos notar como a inflamação se comporta e como ela reflete nos seios da face e no canto interno dos olhos.
O gradiente nos mostra as reações inflamatórias e suas compensações, sendo mais importante do que a temperatura na maioria das vezes.
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Dra. Paula Machado e Eng. Attílio Veratti.
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